50 anos de independência de Angola; O que falta para a verdadeira independência

50 anos de independência de Angola; O que falta para a verdadeira independência


Celebremos os 50 anos da independência da  nossa nação com amor e fé no coração.

Mas é preciso entender que a verdadeira luta ainda não terminou: a libertação da consciência.

Porque, por mais que tenhamos alcançado a independência, muitos de nós ainda vivemos como escravos não fisicamente, mas mentalmente.

E essa libertação interior é um processo longo, que exige coragem, lucidez e transformação.

escravidão não prende apenas o corpo ela condiciona a mente, molda o pensamento e cria dependência do opressor.

Quem domina a tua mente, controla a tua vida. Por isso, enquanto a mente do povo continuar aprisionada, Angola jamais será livre de verdade.

Não teremos uma Angola livre enquanto:

Nossos governantes não souberem ouvir o clamor do povo;

O povo, que tanto luta para pôr comida em casa, continuar a pensar que quanto maior o salário, maior o número de amantes;

As ideias deixadas pelos opressores continuarem vivas dentro de nós.

São cinquenta anos de independência, e ainda precisamos romper mentalidades que enfraquecem a nossa essência: 

A mentalidade da tala, do feitiço, do imediatismo que devora os sonhos da juventude.

Precisamos ensinar os jovens a paciência verdadeira a do “esperar fazendo”.

Precisamos educá-los a não depender apenas do emprego, mas também a criar, inovar e empreender com propósito.

O povo de Israel levou quarenta anos para chegar à Terra Prometida.

Porque o objetivo de Deus não era apenas tirá-los do Egito, mas tirar o Egito de dentro deles.

E é exatamente isso que precisamos fazer: expulsar o “Egito” das nossas mentes — os vícios, as crenças e as ideias que ainda nos escravizam.

Não teremos uma Angola livre enquanto:

As moças acharem que vender é vergonha, preferindo se prostituir para ganhar dinheiro rápido;


Os jovens continuarem a acreditar que o sucesso do irmão é feitiço;

As famílias se rivalizarem, alimentando invejas e divisões.

A construção de um país começa na unidade familiar.

Quando a família está bem, o país também está bem.

E é a partir dessa base que nasce uma sociedade forte, livre e consciente.


Precisamos alcançar a liberdade da consciência, amar a nossa terra e lutar por ela porque é na mente que um país se ergue ou desaba.

Enquanto vemos jovens oferecendo-se como mão de obra aos antigos opressores, aceitando humilhações em troca de dinheiro, continuaremos espiritualmente colonizados.

Devemos eliminar a contaminação mental que nos chega pelas novelas, músicas e redes sociais instrumentos que, pouco a pouco, enfraquecem a identidade do nosso povo.

Os profetas e heróis da nossa pátria não lutaram apenas pela libertação física, mas pela libertação total do homem angolano — mental e espiritual.

A verdadeira transformação material começa quando a mente desperta e compreende o seu próprio mundo.

Sem essa consciência, seremos sempre ricos por fora e pobres por dentro — e a nossa riqueza acabará por se tornar a nossa ruína.

Não haverá libertação enquanto:

Os governantes roubarem e guardarem o dinheiro em bancos estrangeiros, em nomes falsos,

E, quando morrem, essas fortunas ficarem nas mãos de outros países, beneficiando governos que nunca lutaram por nós.

É preciso resgatar o amor ao próximo — entre governante e governado — para que possamos edificar uma nação forte, justa e digna para os nossos filhos e para as gerações futuras.


“A transformação começa pela renovação da mente.” Romanos 12:2

Autor: Ambrósio Dos Santos